sábado, 31 de outubro de 2009

As Invasões Bárbaras

As Invasões Bárbaras (Les Invasions Barbares, Canadá, 2003)
Duração: Aproximadamente 99 min
Gênero: Drama
Diretor: Denys Arcand
Roteirista: Denys Arcand
Elenco: Rémy Girard, Stéphane Rousseau, Dorothée Berryman, Louise Portal, Dominique Michel

"As Invasões Bárbaras" é a continuação de "O Declínio do Império Americano" (1986), como não assisti ao "O Declínio do Império Americano" fui me informar sobre o filme e constatei que diretor e elenco são praticamente os mesmos.

Rémy (Rémy Girard) é um professor universitário que está afastado das salas de aulas devido a um sério problema de saúde, problema este fará com que a família e os amigos de longa data de Rémy voltem a se reunir para celebrar aquela que é uma das mais belas manifestações humanas, a amizade.

O filho de Rémy, Sébastien (Stéphane Rousseau), uma pessoa bem sucedida do setor financeiro, fica encarregado de dar ao pai os últimos momentos de alegria. Trazendo os amigos de Rémy que estão espalhados pelo mundo para perto dele, amenizando as fortes dores provocadas pela doença com métodos pouco convencionais e alugar um andar do hospital, onde Rémy está internado, inteirinho para ele.

Amigos encontramos aos montes, mas quem podemos considerar realmente amigos os quais podemos contar não só nos momentos alegres, mas principalmente, nos momentos difíceis?

O título do filme é um paralelo entre as invasões ocorridas durante o Império Romano, pelos chamados bárbaros, no século IV e os ataques terroristas nos EUA de 11 de setembro de 2001.

Destaque para a belíssima música "L'amitié" interpretada pela Françoise Hardy, com certeza é uma canção que tocaria no meu funeral.


Fabulosa canção.

Nota: 97%

9 comentários:

  1. [POWERED BY SPOILER]

    O Declínio do Império Americano é a parte mais pedante dessa série de dois filmes. Não que seja ruim, de forma alguma! pois não há sinais de um real juízo de valores por parte da produção. Até mesmo porque em alguns trechos, as personagens tem de descer do salto, seja voluntariamente ou por um estabaco. Ou seja, o que se vê é que, apesar de tudo, gente é gente. Seja burra ou seja besta. O genial e o cretino se confundem nas mesmas pessoas.

    "As Invasões" dá um contraste, porque é mais voltado à percepção do Rémy sobre o que realmente tem valor. Apesar de intelectual engajado, ele se distanciou dos filhos e arrumou motivos neles para essa distância (como o gosto do filho por games e o desgosto por livros, embora este tenha, mesmo assim, se tornado um homem responsável, de atitude e bem sucedido).

    Cena antológica de As Invasões é quando os intelectuais estão relembrando de todas as ideologias que seguiram e um deles diz "menos o Cretinismo". Aí o Rémy diz algo como "fale por si" e lembra quando tentou dar em cima de uma chinesa elogiando a revolução comunista, sendo que a família dela foi destruída quando nova e ela posta pra ralar. Hauhauahu!

    No fim das contas, se o espectador refletir, ele pode passar a concordar com algumas tiradas que a princípio pareciam cretinamente pedantes, assim como discordar daquilo que de cara parecia genial. Dois bons filmes.

    d(^_^)b
    Two thumbs up!

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  2. Realmente foi uma das melhores cenas esta do Rémy narrando o episódio da chinesa.

    Lembrei-me agora das cenas de Rémy vosciferando as atrocidades cometidas pelas expansões marítimas e pela igreja e se negando a aceitar a religião mesmo em seus últimos dias.

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  3. Isso também é muito engraçado e eu havia me lembrado disso também. Sempre me lembro dessa cena. E ali, apesar dele não estar errado, ele está sendo meramente cretino, repetindo aquilo no estilo comunista. Qualquer ser inteligente sabe que com aquele tom de universitário-comunistóide-metaleiro empolgadinho, não dá pra convencer ninguém. Mais uma vez, o filme mostrando que ninguém é perfeito ou um extremo de dicotomia.

    Antes que alguém surja, eu sou fã de metal e universitário. :-p Só não sou comunista e empolgado.

    No primeiro, tem uma parte antológica também que é o professor gay contando do que ele tem vontade de vez em quando. Aliás, ele fala em duas coisas, mas não sei se diz as duas juntas. Me refiro a apenas uma delas, mas não vou dizer para não dar spoiler. Só digo que, se fosse brasileiro o filme, algum juiz teria mandado cortar por tacanhez. E tem um trecho de diálogo mais triste com essa mesma personagem na qual alguns poderiam pensar "quem mandou ser gay?", mas devemos considerar que o filme não faz julgamentos morais, mas reflexões psicológicas. Então devemos talvez juntar os dois trechos e ver o que deu errado com cara. Ao menos, no 2o filme, ele parece estar melhor, já que arrumou um namorado.

    Aliás, o primeiro é bem mais (quase todo) voltado à sacanagem. Rémy é mito!

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  4. Ah camarada, preciso ver urgentemente ao primeiro filme.

    O segundo filme era para ser imoral, amoral e anti-ético? Por exemplo ao abordar o tráfico de entorpecentes, o tratamento com drogas proibidas e o que a enfermeira faz com o Rémy?

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  5. Eu acho que diretor e roteirista tem de pretender ser amoral para fazer uma obra assim, mesmo que isso seja talvez impossível. O que é proposto é a reflexão. Não parece existir uma bandeira a qual o filme levanta, mas você acaba julgando as situações, com algumas coisas que a gente não costuma ver no dia a dia. Você poderia dizer que o Rémy tomar drogas não tem problema porque do ponto de vista utilitarista, há um saldo positivo de bem ocorrendo ali, já que é melhor ele tomar heroína do que ter dores horríveis que o impediriam talvez de comer (câncer de estômago, não?). Ou então você pode pensar que esse tratamento financiaria o tráfico e isso seria pior ainda. Mas você também pode achar que, numa situação dessas, é compreensível que o sofredor cague e ande para o mundo. No fim das contas, você pode pegar a estrada amoral, você pode celebrar como um imoral ou até dizer que o filme é pra lá de ético, já que ele tá de acordo com o utilitarismo preferencial e a ética aplicada.

    E no caso da enfermeira, o filme nunca a mostra como uma má pessoa, enquanto o Rémy é um pedante inoportuno que tem uma base de razão. Não dá para adivinhar se o diretor e o roteirista são ateus, cristão ou o que for, pois eles podem estar colocando no filme seus próprios discursos ou parodiando o discurso dos outros. Independente disso, eles mostram que esses caras são humanos e humanos fazem disso, independente de quem tá certo.

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  6. Realmente é um filme que é de se tirar o chapéu.

    Apesar de não ficar claro, até fica no ar um sutil envolvimento entre Louise e Rémy.

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  7. Um amigo meu foi ver ste filme achando que ia ter anão, viking, etc..e reclamou que só tinha gente falando.
    =p

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  8. Huahauhauahuahuahauhaua!!! Cara, eu não li isso!!

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