
Pude reviver quase a mesma emoção de estar num fliperama, com a exceção de estar no aconchego do meu quarto, que mais parece um sebo, ter um belo Playstation 2, rolando Street Fighter 2 e Raiden. Uma beleza só, ainda bem que os loadings são rápidos.
Os fliperamas que eu freqüentava eram botecos podres, um fog que era uma neblina de fumaça de cigarro, lugar escuro, cheirando a mofo e bebida alcoólica. Enquanto a jogatina rolava, o controle melado sabe-se lá do quê, em meio a maloqueirada, garotos ranhentos pedindo “tio, dá uma ficha” ou ainda “deixa eu passar essa tela (round)” e outros sujeitos mal encarados que se perdessem a ficha, era porrada ou ter a máquina desligada.
Não gostava muito dos fliperamas dos Shopping Centers, onde a ficha foi substituída por um cartão, apesar de um ambiente mais familiar, preferia jogar o fliperama nos lugares trashies. Isso sem contar o preço abusivo que era cobrado nas máquinas, uma vez que eu vivia de desviar o dinheiro do pão e do leite para sustentar meu vício.
Pena que os fliperamas estão sumindo, os poucos que restam só possuem jogos que não me agradam, não tenho mais paciência de ficar jogando em pé e ficar sendo desafiado nesses jogos repletos de seqüências de golpes que sugam a sua energia, prefiro cultivar meu "pânceps" sentado na minha cama e jogando os clássicos no consoles, o jogo é o mesmo e agora a sensação de jogatina aproxima-se ao que era antigamente, graças ao meu controle arcade.