terça-feira, 12 de outubro de 2010

À Meia-Noite Levarei Sua Alma

À Meia-Noite Levarei Sua Alma (Brasil, 1964)
Duração: Aproximadamente 81 minutos
Gênero: Horror
Diretor: José Mojica Marins
Roteirista: José Mojica Marins, Magda Mei, Waldomiro França, Rubens F. Luchetti (argumento)
Elenco: José Mojica Marins, Magda Mei, Nivaldo de Lima, Ilídio Martins, Valéria Vasquez, Arildo Lima, Vânia Rangel, Graveto, Robinson Aielo, Avelino Marins, Laércio Laurelli, Mário Lima, Antônio Marins, Arildo Iruam, Geraldo Bueno, Genésio Carvalho, Eucaris Morais, Oscar Morais

Como é?

O terrível agente funerário Zé do Caixão (José Mojica Marins), odiado e temido pelos moradores de um vilarejo, é obcecado pela ideia de ter um herdeiro perfeito para que possa perpetuar seu sangue e para isso, procura a mulher ideal nem que para isso, tenha que matar a quem se atrever a atravessar seu ensandecido caminho.

E?

À Meia-Noite Levarei Sua Alma possui dois fatores que o coloca como um dos mais importantes filmes do cinema nacional, temos a primeira aparição do personagem mais famoso de José Mojica Marins, o mundialmente conhecido Zé do Caixão (Coffin Joe no exterior), concebido depois de um pesadelo que José teve certa noite, rapidamente fez anotações que levariam à criação do agente funerário.

Outro fator da importância de À Meia-Noite Levarei Sua Alma, segundo o DVD, é o fato de ser o primeiro filme de horror nacional, isso em 1964, em pleno regime ditatorial, traz um personagem genuinamente brasileiro, aliás, qual outro personagem de horror temos em nosso país?

Com diálogos rápidos e curtos, José Mojica Marins impõe dinamismo nas cenas, como a máxima de Glauber Rocha: "Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", efeitos especiais simplórios, mas eficientes e as cenas escuras só alimentam a expectativa para ver qual o próximo mórbido ato de Zé do Caixão.

O baixo orçamento permitiu que José Mojica Marins construísse toda uma mitologia em torno do personagem, pois, não há como comparar o Zé do Caixão com qualquer figura do folclore nacional, nem a um bruxo pode ser comparado, pois o personagem Zé do Caixão é ateu, zomba de deus, quaisquer que seja, e o Diabo. Com seu peculiar código moral, as crianças são as únicas criaturas que Zé considera as de coração puro.

Vale a pena?

Eu recomendo, dos filmes que assisti do José Mojica Marins, este é um dos meus preferidos. Filmes de baixo orçamento normalmente são taxados como trash, toscos e lixos, não é o caso desta obra-prima do cinema nacional, temos um filme bem resolvido que não precisa apelar a modismos norte-americanos para fazer-se respeitar.

Nota: 90%

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